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Desde 2019 que a Mattel procura desconstruir a ideia de estereótipo de beleza. Além da conhecida boneca que atravessa gerações, a marca lançou a Barbie Fashionista, uma linha com propostas mais representativas de corpos reais.
Uma Barbie que, segundo a representante da associação de pais de crianças com Trissomia 21, talvez peque pelo exagero.
Bonecas com Trissomia 21
Acabou de chegar ao mercado uma nova Barbie, com Trissomia 21. É uma boneca diferente, mas Marcelina Souschek, representante da associação Pais 21, confessa que, ao olhar para a boneca, não identifica logo uma pessoa com Trissomia 21.
“É curioso que, em alguns fóruns internacionais, as pessoas diziam que esta Barbie é muito mais parecida com a mulher normal do que a Barbie tradicional porque não é tão alta, não tem a coluna enorme. Recolheram algumas características. Os olhos amendoados, que sabemos que sabemos que as pessoas com Trissomia 21 têm e esta Barbie, em relação às outras, também é mais baixinha“, explicou à TSF Marcelina Souschek.
A estrutura da boneca
Uma Barbie que, segundo a representante da associação de pais de crianças com Trissomia 21, talvez peque pelo exagero. Um exemplo disso são as órteses que esta boneca usa nos tornozelos.
“Não conheço nenhuma criança com Trissomia 21 que use aquilo, nem um. Aquilo é algo que se usa quando são mais pequenos, para ajudar a segurar o pé. As pessoas com Trissomia 21 têm uma lassidão muscular. São bebés muito moles, custa muito a estar de pé, endireitar os pés e algumas crianças usam aquilo, ao início, para ajudá-las a manterem-se de pé, mas não é uma coisa que uma mulher use. Não conheço nenhuma“, afirmou a representante da associação Pais 21.
O desabafo da Mattel
“Obviamente as empresas têm de viver e modernizar-se. E modernizar uma figura como a Barbie, que foi uma boneca com que eu, que já tenho mais de 50 anos, brinquei, é bom. Hoje temos uma consciência muito grande para a diversidade, pelo menos falamos muito nisto.
Obviamente que é uma questão de marketing, mas penso que não será só isso também. É tornar também tornar o brinquedo acessível a todos, que se olhe para o brinquedo, que se fale da marca. Acaba por ser um golpe de marketing“, defendeu.
Apesar disso, para as associações ligadas à Trissomia 21 há aqui um claro ganho.
Opinião da Marcelina Souschek
“Mais ninguém pode representar uma pessoa com Trissomia 21 senão ela própria. Nós, sem Trissomia 21, não sabemos o que é ter Trissomia 21 e o que é sentir ter isso. Portanto, se falarmos da representatividade, é positivo. Se lhe perguntar quantas pessoas com Trissomia 21 viu na rua no último mês, provavelmente vai dizer-me que não viu nenhuma. Não estão representadas. Têm de estar na rua para se representar a si próprias. Têm de estar na rua, no metro, na escola, têm de aparecer. Se esta Barbie servir para isto é um golpe de marketing muito bom e que ajuda as pessoas“, acrescentou Marcelina Souschek.
Fonte: Rádio Notícias
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Estudou Gestão em Qualidade, Ambiente e Segurança na Escola Profissional das Novas Tecnologias, trabalha como copywriter/voluntário na Empresa Smart Summit. É apaixonado pela área de Marketing Digital e Turismo. Atualmente trabalha no Snack Bar Paraíso como empregado mesa bar.
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