O Mais Sindicato, SBC e SBN exigem aumento salarial de 8,5% aos bancos portugueses. Este aumento representa uma atualização das tabelas salariais. Representa, também, para recompensar os colaboradores pelos lucros gerados no setor da banca, bem como recuperar o poder de compra dos bancários no atual período de inflação.

O argumento apresentado

O processo de revisão do ACT do Setor Bancário para 2023 – e necessariamente dos restantes IRCT em vigor – será mais abrangente. Isto deve-se às extremas dificuldades que os trabalhadores enfrentam.

Assim, os três Sindicatos dos Bancários que integram a FEBASE decidiram apresentar – além de um aumento de 8,5% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária – uma proposta de alteração de cláusulas do ACT e introdução de novas.

Face à atual situação, é necessário ir mais longe para compensar os bancários, no ativo e na reforma, pelas perdas de rendimento. Para estes Sindicatos não chega aumentar salários, sendo urgente reclamar medidas de apoio extraordinário para todos.

Como tal, o Crédito à habitação, teletrabalho, dispensas de assiduidade, férias, subsídios, bem como promoções e carreiras são apenas alguns dos assuntos que vão estar em discussão com todas as instituições. Terá de iniciar-se logo após a receção da sua contraproposta, cujo prazo legal para entrega é de um mês.

O que a banca propõe

Embora reconhecendo, na sua resposta, o valor a que chegou a taxa de inflação este ano e mesmo aceitando as previsões para 2023 (5,7% segundo o FMI e de 6,1% pela CE), as instituições de crédito subscritoras da ACT do Setor Bancário ficam-se por 2,5% de aumento para os trabalhadores. Um valor que não compensa sequer a inflação prevista – muito menos a perda de rendimentos.

Na fundamentação que acompanha a resposta aos Sindicatos, também reconhecem que “o setor bancário português registou, em 2021-22, uma evolução positiva”. No entanto, logo enumeram um conjunto de fatores que, defendem, farão das IC empresas em grande risco. Analogamente, ditam “uma postura muito prudente por parte dos bancos, designadamente no que respeita às revisões salariais”. Numa linguagem despojada, os portugueses chamam a isso “sem vergonha”.

Imoralidade

A banca não está disposta a partilhar uma pequena percentagem dos enormes lucros, nem da produtividade. Não contribui para aliviar as enormes dificuldades em que vivem os trabalhadores, em consequência da perda de rendimento por aumentos salariais insuficientes ao longo dos anos. Isto agrava-se com o brutal aumento da inflação – sobretudo na energia e produtos alimentares. 

Caso os salários continuem impróprios para a atual situação de inflação que corre, não só a nação portuguesa, mas também o globo inteiro, a perda de talento e o aumento da rotatividade será apenas o início dos problemas que a banca irá enfrentar.

Aumentos antecipados

Os Sindicatos aplaudem o aumento do salário mínimo no BST para 1.400€, bem como a abolição do rateio nos prémios de desempenho no Novo Banco. 

O aumento salarial agora antecipado pelos Bancos representa uma confissão de que era de todo injustificada e incompreensível a sua contraproposta negocial de aumentos de apenas 2,5%.  

Porém, estes aumentos não podem influir negativamente no andamento das negociações salariais para este ano. Estas negociações continuam a revelar-se urgentes e necessárias para a ocorrência de um aumento salarial. É indispensável que seja reposta a totalidade da perda do poder de compra dos Bancários e sejam melhoradas as suas condições retributivas.

_{Fonte: SBC}

A falha em ouvir os colaboradores e a mal recompensação dos mesmos face aos lucros obtidos por parte dos seus esforços pode levar a uma eleva da perda de talento. Veja este artigo relacionado com o turnover.