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Taxa de juro

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Indíce

Como podemos constatar num artigo anterior o Banco Central Europeu (BCE) subiu a taxa de juro sob a promessa que, desta forma, combateria o aumento da inflação. Mas como isto funciona exatamente?

O que é a taxa de juro?

Antes de mais nada, precisamos entender o que é uma taxa de juro. Para tal, pensemos na prática. O que levaria alguém a prescindir de 1 euro hoje para o receber no futuro? Segundo, o primeiro princípio financeiro básico “um Euro disponível hoje vale mais do que um Euro disponível amanhã”. A lógica deste conceito é simples: 1€ hoje poderá ser aplicado, de modo, a que se retire deste uma determinada utilidade. Por exemplo, 1 euro hoje, pode ser investido já e começar logo a render juros. A isto os financeiros chamam de o valor temporal do dinheiro. Concluindo, para alguém prescindir de 1 euro hoje, para receber 1 euro no futuro seria necessário que essa pessoa tivesse uma compensação por esse ato. Uma vez que, 1 euro hoje não vale o mesmo que 1 euro amanhã, devido ao facto do dinheiro desvalorizar com o passar do tempo.

Em síntese, o juro é o preço do dinheiro.

Desta forma conseguimos compreender que podemos ter a taxa de juro a trabalhar para nós ou contra nós. Ao solicitar um crédito, o Banco cobra-lhe um valor pelo dinheiro que emprestou, ou seja, é necessário pagar o juro. Mas, por outro lado, ao realizar um depósito, a situação assemelhasse mais a um empréstimo do seu dinheiro ao Banco, por isso, recebe o juro.

O juro é expresso em percentagem do montante do seu empréstimo ou depósito, daí surge o termo taxa que se refere a determinado prazo.

Quais as diferentes taxas de juro?

As taxas de juro dependem da forma de cálculo considerando uma série de fatores, tais como, a inflação, a forma de capitalização de juros, os custos da operação, etc. Como tal, existem várias taxas de juro nomeadamente: taxas de juro nominais e reais, taxas de juro simples e compostas, taxas de juro fixas e variáveis e taxas de juro brutas e líquidas. Seguidamente abordaremos cada uma delas.

Taxa de juro nominal e real

A taxa de juro nominal é a taxa que terá de suportar ao fazer um crédito ou que irá receber se depositar as suas poupanças no Banco.

Por sua vez, a taxa de juro real é a taxa de juro nominal quando retiramos desta o valor da inflação. Ou seja, na taxa de juro real é considerada a influência da evolução dos preços.

Taxas de juro simples e compostas

Numa taxa de juro simples presume-se um valor fixo, chamado capital inicial, este não se altera ao longo do tempo.

Já no caso de taxa de juro ser composta existe o efeito de capitalização de juros. Isto quer dizer, que ao capital inicial vão ser adicionados os juros. Sendo que, é constituído um novo capital, sobre o qual será aplicada a taxa de juro contratada.

Taxa de juro líquida e bruta

A TANB traduz a remuneração do depósito desconsidera o imposto sobre os juros.

Já na TANL o juro considera a dedução do imposto, ou seja, é o juro que vai realmente ser depositado na sua conta. a e bruta

Taxa de juro fixa e variável

Enquanto, a taxa fixa, não está dependente da evolução da Euribor, mantendo-se inalterada durante o prazo do contrato de crédito ou do depósito.

No caso da taxa de juro variável esta sofre variações ao longo do tempo. Sendo objeto de revisões periódicas, normalmente a cada 3, 6 ou 12 meses, conforme a Euribor em causa. Em outras palavras, se esta sobe, a prestação também aumenta.

Como podem aumentar?

Habitualmente, as taxas de juro que os bancos oferecem aos indivíduos e às empresas equiparam as taxas fixadas pelo BCE. Embora, passam ser motivada por outras razões. Acontece que numa economia de mercado livre, as taxas são também estabelecidas pela procura e oferta de crédito.

Na prática o que temos é que quando as empresas e as pessoas pretendem gastar e investir, porém não tem acesso fácil a crédito, as taxas de juro tendencialmente sobem, uma vez que, há menos crédito disponível.

No caso contrário, quando as pessoas têm muito dinheiro no banco, existe muita moeda na economia (liquidez). Por isso, as taxas de juro tendem descer.

Forma de combater a inflação?

Anteriormente constatamos que o BCE subiu a taxa de juro justificando este ato, como um meio de abrandar inflação. Mas como exatamente isto funciona. Os bancos comerciais que são os que recorremos quando abrirmos uma conta ou quando pedimos um empréstimo. Estes, também, obtêm dinheiro emprestado ao banco central para satisfazer aquelas que são as suas necessidades financeiras mais urgentes.

Como tal, os bancos comerciais devem apresentar ao banco central uma garantia de pagamento do empréstimo. Por exemplo, os títulos públicos e a dívida emitida pelos governos, são dos modos mais frequentes de dar garantia.

Em suma, um banco central empresta dinheiro a bancos comerciais, que por sua vez, emprestam dinheiro a particulares e empresas.

O banco central possui a autoridade de determinar as suas próprias taxas de juro, o que faz com que seja definido o preço do dinheiro. Tais taxas de juro podem ser aumentadas, pelos banco centrais, como forma de controlar a inflação.

Caso o banco central decida cobrar taxas mais altas aos bancos comerciais, os bancos comerciais, por consequência, terão de aumentar as taxas aos particulares e as empresas que necessitem de empréstimo

Posto isto, os empréstimos, os cartões de crédito e as hipotecas também ficaram mais caros e, por isso, as pessoas ficam resistentes em requisitá-los. Por outro lado, as empresas, que pedem empréstimos com o fim de fazer investimentos repensam esta decisão.

Por este fatores mencionados que condicionam as decisões económicas proporcionam uma quebra dos gastos do consumidor em vários setores económicos. Tal leva a que a procura de bens e serviços diminua, fazendo com que o preço tendencialmente apresente uma queda.

Em resumo, os bancos centrais têm o intuito de conter os gastos para conter a inflação.

Fonte: BCE, CGD, Doutor Finanças

Autor

  • Beatriz Oliveira

    Beatriz Oliveira registada na Ilha Graciosa, estudou Gestão na Universidade dos Açores. Durante este período teve a oportunidade de desempenhar a função de Relações Empresariais no Núcleo de Estudantes de Economia e Gestão. Após concluir a licenciatura tirou uma pós-graduação em Marketing Digital no IPAM. Atualmente é aluna, do mestrado de Economia Internacional e Estudos Europeus, do ISEG.

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